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Um trecho do conto O RETORNO

– Ai ai ai... não quero ser imperatriz... não quero. – Itzel chorava aos prantos. – Quero meu pai... quero meu pai. Droga... estou sozinha agora... sozinha... – Seus soluços a faziam perder o ar.
– De jeito algum estará sozinha, minha senhora. Nunca. – Quatz tentava confortá-la.
Recordações de há muito tempo. Lembranças que sempre a perturbavam.
Imponentes, os treze conselheiros já se encontravam sentados nas grandes e confortáveis cadeiras giratórias de veludo azul turqueza em torno da grande mesa retangular de vidro azulado e bordas de mármore branco, assim como o convidado ao lado da cadeira de Itzel acompanhado de um guarda. Quando a imperatriz entrou na sala todos se levantaram, exceto o professor convidado que hesitou por algum momento. Itzel entrara imponente. Seu belo corpo era realçado pelo vestido justo que usava; um tecido carmesim aveludado com padrões florais finamente bordados com fios de ouro nas mangas e na gola. Seu perfume era provocativo.
A sala era grande e muito clara. O ar condicionado propiciava uma temperatura amena com um leve e adocicado aroma de amora, uma das preferidas da imperatriz.
Nobremente Itzel se colocou atrás de sua cadeira, apoiou as mãos no espesso e azulado vidro, e contemplou sem preocupação a vastidão da cidade do alto do andar de número duzentos e trinta e dois, o último do edíficio da administração imperial.

CONTINUA...